Projeto Anti Pichação Continua em Nova Iguaçu.

PROJETO ANTI – PICHAÇÃO CONTINUA COM PINTURA MURAL HISTÓRICA

Artista revela que trabalho é também protesto anti-pichação do Cristo Redentor

Semana passada a chuva atrapalhou, mas nesta sexta-feira (06/05) o artista plástico Ailton José, munido de tintas e pincéis, começa a pintura dos muros do Instituto de Educação Rangel Pestana, no Centro de Nova Iguaçu.
Trata-se do projeto Não Piche. Pinte! , criado há cerca de 30 anos e que está sendo relançado agora com o apoio da Prefeitura de Nova Iguaçu, através do Fundo Municipal de Cultura. Esse projeto foi aplaudido pelo sociólogo, Darcy Ribeiro, na época, vice-governador do Rio. A idéia não é apenas mostrar aos pichadores que a arte é o melhor canal de comunicação com a sociedade, mas passar também conceitos de cidadania, como respeito ao próximo, à cidade e ao patrimônio histórico.

Ailton José vai trabalhar com os alunos do colégio. “Vamos pintar um trem pra simbolizar a linha do tempo, ligando passado e futuro da Baixada Fluminense, região que se desenvolveu graças à ferrovia aberta em 1854”, explica Ailton que também é professor de História. A pintura mural histórica vai ocupar alunos e professor durante todo o final de semana. Como a memória da região é reavivada pela mídia local, a Imprensa terá o seu lugar nessas pinceladas históricas.

Na sexta-feira passada, Dia da Baixada Fluminense, o projeto realizou um debate com historiadores, professores e jornalistas que lotou o Teatro Espaço Livre, do Rangel Pestana. Cerca de 300 pessoas, a maioria alunos do colégio, acompanharam, atentas, a palestra de cada convidado.

A pichação do Cristo Redentor foi o tema mais debatido entre palestrantes e público que, unanimemente, condenaram o ato de vandalismo. Os historiadores Ney Alberto e Antonio Lacerda falaram da importância da preservação histórica. O professor Ricardo Amorim, do Colégio Tamandaré de Nova Iguaçu afirmou que o problema da pichação “não atinge só as escolas públicas porque também atormenta as escolas particulares”.

O publicitário Wesley Brasil, do site da Baixada, apresentou “a nova modalidade de pichação”, grande sensação no exterior. São rabiscos com iluminação lazer que não danificam e somem no apagar das luzes, onde até o Museu do Louvre, de Paris, “pode ser pichado diante de sorridentes autoridades”, segundo Wesley.

O encerramento do evento, que teve duração de três horas e meia, foi com a exibição do filme Nunca fui, mas me disseram, documentário com depoimentos de moradores da Zona Sul sobre a Baixada Fluminense, produzido por alunos do Curso de Produção Cultural do CEFETQ de Nilópolis.





JEANIA MARIA

Assessoria de Imprensa

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